22 de abril de 2012

GP do Barein ocorre em meio a protestos e violência


Manifestantes anti-governo fazem sinal de vitória ao queimar pneus em Budaiya. O atual campeão Sebastian Vettel venceu o Grande Prêmio do Barein neste domingo, mas longe da pista a revolta ardia entre os manifestantes que sustentam que a família real que sufocou os protestos da Primavera Árabe no ano passado não deveria ter sediado a corrida. 22/04/2012    REUTERS/Hamad I Mohammed
O atual campeão Sebastian Vettel venceu o Grande Prêmio do Barein neste domingo, mas longe da pista a revolta ardia entre os manifestantes que sustentam que a família real que sufocou os protestos da Primavera Árabe no ano passado não deveria ter sediado a corrida.
O finlandês Kimi Raikkonen foi o segundo para a Lotus e seu colega de equipe Romain Grosjean, da França, ficou com a terceira colocação.
A forte segurança manteve a confusão distante do circuito, onde Vettel largou e chegou na pole com sua Red Bull em uma prova sem incidentes. Mas os manifestantes disseram que a violência noturna ao longo da última semana mostrou que a determinação das autoridades em levar a competição adiante este ano foi um erro.
"Eles calcularam mal. Pensaram que cancelar a corrida seria uma derrota para eles, mas não se deram conta do custo de realizá-la", disse o ativista xiita Alaa Shehabi por telefone. "Não computaram a propaganda negativa no cálculo".
O evento esportivo era a oportunidade de o governo mostrar que a vida voltou ao normal na ilha depois que os temores com a segurança por conta dos manifestantes antigoverno forçaram o adiamento da prova do ano passada, mais tarde cancelada.
Algumas equipes expressaram frustração com a atenção à política. Na quinta-feira Vettel disse que muito do que estava sendo relatado era exagerado e que estava ansioso para "o que realmente importa - carros".
Autoridades da F1 e do Barein minimizaram insinuações de que a prova não deveria ter sido realizada, e para a gente do meio, longe das cenas de protesto, a inquietação teve pouco impacto.
As escuderias circularam no entorno do Circuito Internacional do Barein em meio às preocupações de segurança costumeiras, e a estrada que leva ao circuito estava cercada de carros de polícia.
A corrida é patrocinada por uma série de marcas mundiais. A Thomson Reuters, empresa proprietária da Reuters, patrocina a equipe Williams.

Violência persiste na Síria apesar de apelo de Annan


Soldados sírios atacaram uma cidade a oeste de Damasco neste domingo, e rebeldes bombardearam um comboio militar no norte do país, enquanto o mediador internacional Kofi Annan reiterou os apelos aos dois lados para que trabalhem com a equipe de observadores da ONU para um cessar-fogo.
Um pequeno grupo de observadores desarmados opera na Síria há uma semana, supervisionando uma trégua parcial que conteve apenas parte da violência no país, mas não a estancou por completo.
No sábado, o Conselho de Seguranças da Organização das Nações Unidas decidiu aumentar a equipe de observadores. Num comunicado, Annan pediu aos rebeldes e ao governo sírio para abaixar as armas e consolidar o cessar-fogo.
Os monitores visitaram neste domingo as cidades de Hama e Rastan. Um vídeo na Internet mostra observadores acompanhados de rebeldes.
O Observatório Sírio pelos Direitos Humanos, que tem base na Grã-Bretanha, afirmou que as forças do governo mataram pelo menos 12 pessoas neste domingo, seis delas na província de Homs. Segundo o Observatório, pelo menos quatro soldados foram mortos num ataque a bomba.

Violência atinge 68% das escolas do Rio, Niterói e São Gonçalo


Pesquisa da Universidade Federal Fluminense (UFF), feita em 13 escolas públicas e particulares do Rio e 40 de Niterói e São Gonçalo, identificou a ocorrência de casos constantes de violência em 68% das instituições pesquisadas, sendo que em 85% delas não havia psicólogos. Maus-tratos, brigas entre colegas e conflitos com professores foram as ocorrências mais comuns.
Realizada entre 2010 e 2011, a pesquisa será apresentada nesta segunda-feira (23) durante o 3º Ciclo Internacional de Conferências e Debates: Crises na Esfera Educativa - Violências, Políticas e o Papel do Pesquisador, na Faculdade de Educação da UFF, em Niterói. A pesquisa revelou que 53% dos entrevistados que disseram haver violência na escola apenas mencionaram existir algum tipo de violência, 11% disseram que a incidência de casos violentos é alta e 31%, que há violência, mas que é baixa.
A coordenadora da pesquisa, Marília Etienne Arreguy, doutora em saúde coletiva e professora de psicologia do Departamento de Fundamentos Pedagógicos da Faculdade de Educação da UFF ressaltou que, a partir dos dados qualitativos, que considera os mais relevantes, é possível identificar que, mesmo nas instituições em que o nível de violência é relatado como baixo, informações dadas pelos próprios entrevistados contradizem a afirmativa. “Houve entrevistados que disseram que a violência era baixa e que o camburão da polícia só passava na escola de vez em quando”.
Dentre as instituições pesquisadas, 45% eram estaduais, 35% municipais, 3% federais e 17% particulares. A pesquisadora lamentou a ausência de profissionais de psicologia e de assistência social dentro das escolas, sobretudo nas públicas, e concluiu que a violência crescente nessas instituições de ensino é acentuada pela falta de apoio aos alunos, na sua maioria, pobres. “Alguns funcionários riram quando perguntados se havia psicólogos nas escolas e respondiam que, se faltava professor, ainda mais psicólogos. Apenas uma escola pública, no Rio, tinha um contingente minimamente razoável de psicólogos”.
Segundo Marília Arreguy, a maioria dos alunos considerados violentos é encaminhada para o serviço público de saúde e muitos parentes acabam não levando os filhos para a consulta com um psicólogo, por variados motivos, como falta de meios para pagar a condução, falta de tempo, por preconceito, filas de espera enormes para atendimento, falta de profissionais, entre outros.
“A violência é fundamentalmente social, contextual e humana. Essa agressividade inerente ao humano precisa ser trabalhada nas escolas para que ela não se transforme em violência e ajude o aluno a viver melhor. Esse trabalho não está sendo feito ou está sendo feito de modo ineficiente. Essas crianças estão sem assistência e acabam, muitas vezes, sendo medicadas, como se esse fosse apenas um problema do indivíduo”.
A educadora criticou as linhas de pesquisa e projetos “estigmatizantes” que focam na identificação de crianças que sofrem bullying ou têm perfil violento. “Claro que existem crianças e jovens com mais dificuldade na relação intersubjetiva, mas o problema é mais amplo, é uma questão da sociedade. A violência está sempre ligada à relação de poder, de subjugação de um sujeito em relação ao outro, ou mesmo é decorrente de formas de opressão institucionalizadas”.
O estudo mostra também que 73% dos profissionais entrevistados disseram ser a favor da ajuda de um psicólogo atuando em auxílio à educação. Muitos professores disseram ter sido agredidos e ameaçados por alunos.
“Precisamos de recursos públicos, concursos, mais psicólogos e assistentes sociais nas escolas, professor bem pago e trabalhando com satisfação”, observou Marília Arreguy. Segundo ela, na cidade do Rio, a situação é um pouco melhor que em Niterói e São Gonçalo, já que, na capital, existe contingente de psicólogos atuando nas coordenadorias regionais de educação.

18 de abril de 2012

Diga Não a Violência aos Animais!


Exército da Síria bombardeia Homs, e combates matam mais 14 na trégua


Novas manifestações pediram a saída do presidente Bashar al Assad.
Houve tiroteio em Erbin, durante visita de monitores da ONU.



O Exército sírio retomou nesta quarta-feira (18) seus bombardeios a bairros rebeldes de Homs, no centro do país, e matou pelo menos mais 14 civis em toda Síria, em novas violações do cessar-fogo patrocinado pela ONUx e pela Liga Árabe que teoricamente entrou em vigor no dia 12 de abril, segundo militantes.
Um civil foi morto a tiros pelas forças do regime na cidade de Kansefra, na província de Idleb (noroeste), e outro foi abatido por um franco-atirador em Deraa, berço da contestação no sul, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
Segundo os Comitês Locais de Coordenação (LCC), que organizam a mobilização no terreno, os bombardeios atingiram Khaldiyé, Bayada, Jourat al-Chayah e Al-Qarabis.
Dois civis morreram atingidos por obuses disparados pelas forças do governo no bairro de Khaldiyé, em Homs, enquanto que outros dois foram mortos a tiros em Homs e na cidade vizinha de Qousseir, acrescentou a organização em um comunicado.
Cerca de 30% de Homs ainda foge ao controle do Exército, segundo o OSDH.
Imagem divulgada pela oposição mostra bombardeio de forças do governo à cidade síria de Homs nesta quarta-feira (18) (Foto: AP)Imagem divulgada pela oposição mostra bombardeio de forças do governo à cidade síria de Homs nesta quarta-feira (18) 
Uma menina de nove anos foi morta a tiros na região de Damasco, segundo o OSDH, e sete membros das tropas do governo perderam a vida na explosão de uma bomba na passagem de seu veículo na província de Idleb (noroeste).
Várias manifestações foram realizadas pela manhã em todo o país, principalmente em Damasco e em sua região, percorrida pelos observadores internacionais encarregados de supervisionar a aplicação do cessar-fogo previsto pelo plano do emissário internacional Kofi Annan, segundo militantes.
Oito pessoas ficaram feridas pelos disparos das forças do governo em Erbine, a 7 quilômetros da capital, de acordo com o OSDH, e em Dmeir, a 40 km de Damasco, pelo menos sete pessoas foram presas.
Vídeos divulgados na internet mostraram centenas de manifestantes exigindo a queda do regime e brandindo bandeiras "da revolução". "Juramos que não recuaremos, mesmo se o mundo inteiro estiver contra nós", gritavam os manifestantes em Ibtaa, na província de Deraa, segundo um vídeo postado por militantes.
Na terça-feira, o OSDH indicou 20 mortes, sendo 17 civis, em episódios de violência que comprometem a missão de observadores.
Monitores
Houve tiroteios nesta quarta na cidade síria de Erbin, na província de Damasco, durante visita dos monitores, afirmaram a mídia estatal síria e ativistas.
Imagens de vídeos amadores de ativistas, supostamente feitos em Erbin, na província de Damasco, mostraram dois carros brancos com sinais da ONU cercados por manifestantes anti-Assad.
O canal de televisão Ikhbariya disse que um "grupo terrorista" também tinha plantado uma bomba em um posto de controle, ferindo um membro das forças de segurança sírias.
Outro vídeo da Internet, que segundo ativistas foi filmado em Erbin, mostrou uma multidão de pessoas correndo por uma rua com o som de armas de fogo automáticas no fundo.
Há até agora apenas seis observadores da ONU na Síria, liderados pelo coronel marroquino Ahmet Himmiche. Na terça-feira eles fizeram uma viagem à a cidade de Deraa, no sul, aparentemente sem incidentes.
Nesta quarta, foram para Erbin, nos arredores de Damasco, escoltados por carros da polícia síria, e foram cercados por manifestantes que acenavam bandeiras e protestavam contra o presidente Assad.
A faixa dizia: "O açougueiro continua matando, os observadores continuam observando, e as pessoas continuam com a sua revolução. Nós nos curvamos apenas a Deus. "
Himmiche atravessou a multidão apertada vestindo uma boina azul da ONU e colete à prova de balas e entrou em seu veículo, onde falou em um alto-falante, aparentemente pedindo para a multidão se afastar e deixar os carros saírem.
A violência deixou mais de 10 mil mortos na Síria desde o início da revolta popular, no dia 15 de março de 2011, que tem sido violentamente reprimida pelo regime de Bashar al Assad, segundo o OSDH. A grande maioria das vítimas é civil.
O regime acusa "terroristas" de tentarem desestabilizar o país.

'Estava onde o suicida esteve', diz afegão de foto chocante em atentado


Uma fotografia tirada por Massoud Hossaini de uma menina afegã de pé em meio a uma pilha de corpos capturou a imagem da devastação deixada imediatamente após um ataque suicida contra um santuário xiita em Cabul, no Afeganistão, na semana passada.
O fotógrafo da AFP, de 30 anos de idade, estava a alguns metros de distância quando a bomba explodiu na última terça-feira (6), deixando ao menos 70 mortos. A imagem da menina Tarana, de 12 anos, gritando em meio aos corpos ofereceu uma visão clara da devastação, e foi capa dos jornais americanos "The New York Times", "The Washington Post" e "The Wall Street Journal".
Tarana Akbari perdeu sete familiares no atentado, incluindo um irmão de 7 anos (Foto: Shah Marai/AFP)Tarana Akbari perdeu sete familiares no atentado,
incluindo um irmão de 7 anos 
Hossaini descreveu o que aconteceu e o que significa ser um fotógrafo afegão trabalhando em seu país destruído pela guerra. Lei o relato abaixo.
"Eu estava checando a minha câmera quando de repente houve uma explosão enorme. Por um momento não tive consciência de nada, só senti a onda da explosão e a dor em meu corpo. Joguei-me no chão.
Vi um monte de gente correndo no sentido oposto à fumaça. Sentei-me e vi que minha mão estava sangrando, mas não sentia dor.
É meu trabalho saber o que está acontecendo, então corri na direção oposta de toda a gente.
Quando a fumaça baixou, vi que eu estava de pé no meio de um círculo de cadáveres, amontoados, um em cima do outro. Eu estava exatamente no lugar em que o suicida esteve.
Fiquei em estado choque. Não sabia o que fazer. Então comecei a clicar. Sabia que estava chorando. Foi muito estranho chorar, nunca tinha reagido daquela forma, antes.
Quando a fumaça baixou, vi que eu estava de pé no meio de um círculo de cadáveres, amontoados, um em cima do outro. Eu estava exatamente no lugar em que o suicida esteve."
Massoud Hossaini, fotógrafo
Não ajudei ninguém, porque não pude, estava realmente em choque. Sabia que precisava cobrir aquele horror, registrar tudo, toda a dor, as pessoas correndo, chorando, batendo no peito e gritando: 'morte à Al-Qaeda, morte ao Talibã!'.
Virei-me para a direita e vi a menina. Quando Tarana se deu conta do que tinha acontecido a seu irmão, primos, tios, mãe, avó, todas as pessoas ao redor dela, começou a gritar.
Nas minhas fotos, ela estava apenas gritando. Essa reação de choque era tudo o que eu queria captar.
Nesse momento, chegou um grupo de jovens que começou a atacar os jornalistas no local do atentado.
Eles me tiraram do local, mas de alguma forma eu consegui voltar e só me lembro quando as pessoas estavam carregando os corpos e eu tentei capturar aquele momento.
Eu queria apenas refletir a dor real de todos ali, para qualquer pessoa que visse minhas fotos. Não importava se afegãos, americanos, muçulmanos, cristãos, ou outros quaisquer. Só queria que soubessem o que meu povo estava sentindo."
Senti 100% tudo. Estive no local antes, durante e depois [do atentado], e fiquei ferido. Foi uma experiência importante.
Na primeira e segunda noite, tive dificuldade para dormir. Sempre que fechava os olhos, lembrava da cena, me perguntando o que mais eu poderia ter feito por aquelas pessoas, por que não ajudei ninguém?
No terceiro dia, todas essas emoções na minha cabeça acabaram porque eu descobri que a foto tinha sido publicada em todo lugar. Vi que tinha feito uma grande cobertura que tinha tido efeito importante. Graças a Deus eu estava lá e consegui tirar uma foto e enviá-la o mais rápido que consegui."
Imagem forte (Foto: imagem forte)
A menina, de 12 anos, grita em meio aos corpos de vítimas do ataque (Foto: Massoud Hossaini/AFP)A menina Tarana, de 12 anos, grita em meio aos corpos de vítimas do ataque.

16 de abril de 2012

PF tenta resgatar reféns em fazendas tomadas por índios no sul da Bahia


Agentes voltam às propriedades na manhã desta segunda-feira (16).
São oito fazendas invadidas em Pau Brasil e 62 em toda região sul.


Equipes da Polícia Federal voltam na manhã desta segunda-feira (16) às fazendas ocupadas por índios da tribo pataxó hã hã hãe na cidade de Pau Brasil, no sul da Bahia. Já são oito propriedades invadidas desde a manhã de domingo (15) na cidade.

No fim de semana, também foram registradas duas invasões a fazendas na cidade de Itaju do Colônia. O delegado local, Francesco Santana, afirma já ter pedido reforço de tropas da Força Nacional.
Levantamento das polícias apontam a ocupação de 62 fazendas por membros da tribo índigena na região sul da Bahia, com o objetivo de retomar 54 mil hectares entre as cidades de Pau Brasil, Camacan e Itaju do Colônia.
De acordo com o chefe de investigação da Polícia Civil do município de Pau Brasil, Sagro Dantas, ainda não é possível confirmar quantas pessoas, a maioria trabalhadores rurais, são feitas reféns pelos índios desde o fim de semana.
A delegada federal responsável pelo caso, Denise Cavalcanti, está em reunião durante a manhã desta segunda-feira e até por volta das 10h, não podia comentar o assunto.
Sagro Dantas afirma que agentes civis devem acompanhar a entrada da Polícia Federal na manhã desta segunda-feira.
De acordo com o investigador, um trabalhador da Fazenda Santo Antônio que conseguiu escapar foi à delegacia e informou a presença de 12 famílias ainda no local.
Já na propriedade Monte Alegre, foram libertados, após negociação com os índios, três filhos do proprietário. Na Indiana, três pessoas também conseguiram sair e um foi resgatado pela família na manhã desta segunda.-feira.
O gerente de uma das fazendas, Zelito Martins, teme pela segurança de quatro trabalhadores. "Não tenho notícias dele, apenas sei de boatos, de que estão amarrados, sequestrados, mas certeza se está vivo ou morto, a gente não tem nenhuma", afirma.
O produtor rural Paulo Leite, que atua em uma das propriedades, conta que foi expulso e abandonou  no local cerca de mil cabeças de gado. "Tomaram a fazenda, com arma de longo alcance. Temos que procurar alugar pasto, alguma coisa assim", diz.

Entenda o caso                                                                                                                                   
Os moradores de Pau Brasil bloquearam a estrada de terra que dá acesso às fazendas invadidas no domingo. Policiais militares, civis e federais foram até a área de conflito no fim da tarde, porém ficaram impedidos de trabalhar no resgate das vítimas quando o dia escureceu.
Atualmente, levantamento das polícias apontam a ocupação de 62 fazendas por membros da tribo índigena na região sul da Bahia, com o objetivo de retomar 54 mil hectares entre as cidades de Pau Brasil, Camacan e Itaju do Colônia. Estudo da Funai indicam que as terras eram reservas da aldeia pataxó e foram arrendadas pelo antigo serviço de proteção ao índio entre 1937 e 1942. Com o passar dos anos, os arrendatários conseguiram títulos de posse das terras e todas as fazendas da área da reserva foram ocupadas.
Os índios pedem a nulidade dos títulos de propriedade em favor dos fazendeiros. A questão será decidida pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O julgamento chegou a ser marcado em novembro do ano passado, mas foi adiado a pedido do Governo da Bahia, que alegou falta de segurança para o cumprimento da decisão.

Crime

A polícia da região de Camacã, Pau Brasil e Itajú do Colônia, no Sul da Bahia, investigam o assassinato de uma mulher, que aconteceu na segunda-feira (9). Eles suspeitam que a morte da mulher tenha envolvimento com a briga de terras na região.
Franklin Fagundes viu a companheira morrer quando voltava de uma fazenda. Ana Maria Santos de Oliveira, de 33 anos, foi atingida por um tiro na cabeça. "Quando eu parei o carro, o que estava do lado de dentro da cerca atirou e minha esposa já caiu no meu colo.", disse. De acordo com o marido da vítima, a ação foi uma emboscada.
A polícia não tem pista dos criminosos. Segundo o delegado, os principais suspeitos são os índios que disputam terras com os fazendeiros da região. “Os indígenas possuem armas de fogo de grosso calibre, fuzis 762, privativos do exército”, explicou o delegado Francesco Santana. No entanto, antes ele chegou a afirmar que seguranças de fazendeiros poderiam ter causado a morte da mulher.

Detentos se rebelam e fazem reféns em presídio de Aracaju

RECIFE - Os 476 detentos do Complexo Penitenciário Advogado Antonio Jacinto Filho, em Aracaju (SE), estão rebelados e fizeram três agentes penitenciários reféns. Mais de cem visitantes que se encontravam no local - inclusive crianças - estão impedidos de sair. O motim começou na tarde de domingo e teria como motivação suspostos maus tratos. Carros e policias da Policia Militar e Policia Civil permanecem defronte ao complexo.

Adolescente que comeu doces envenenados festeja os 15 anos

A adolescente Talita Machado Teminski, que ficou internada na UTI do Hospital de Clínicas (HC) de Curitiba após comer doces envenenados no dia 12 de março, comemora 15 anos neste domingo (15). A festa, tão esperada por ela e pela família, foi realizada na noite de sábado (14), no bairro Umbará, na capital. "Foi melhor do que eu esperava. Foi muito emocionante ver minha filha linda comemorando os 15 anos e cheia de vida. Esse foi o melhor presente que Deus poderia nos proporcionar depois de tantos momentos de tristeza. Minha filha nasceu de novo", contou o pai Edilson Teminski.
Talita  (Foto: Reprodução / Ó TV)
Além dos 180 convidados, entre amigos e família, a debutante convidou ainda dois médicos e sete enfermeiras do HC que acompanharam o tratamento.
A adolescente recebeu os doces envenenados em uma 'encomenda', trazida por um taxista e enviada pela doceira contratada inicialmente para fazer a festa. Logo após ingerirem os chocolates todos passaram mal e foram levados para o hospital com quadro de intoxicação. Talita chegou a ter duas paradas cardíacas. Ela ficou internada no HC por oito dias.
A mulher que enviou as amostras envenenados era amiga da família e confessou o crime em depoimento no dia 31 de março à Polícia Civil. Ela foi presa em Santa Catarina após a divulgação das imagens de uma câmera de segurança.
De acordo com o delegado da Divisão de Investigações Criminais de Joinville, Marcel de Oliveira, apesar de ter confessado, a mulher de 45 anos não explicou o motivo do crime. “Não me pareceu um comportamento de uma pessoa equilibrada”, disse.
O pai contou que apesar de ter saído no prejuízo por causa do dinheiro que perdeu ao encomendar os doces antecipadamente, valeu a pena ter comemorado. "Eu já tinha pago o salão de eventos do local e ganhei as bebidas em uma doação. Acabou dando tudo certo. Hoje é só alegria aqui em casa, minha filha é só felicidade com a nova idade e com os tantos presentes que ganhou".

13 de abril de 2012

Suspeitos de canibalismo e mortes faziam parte de seita, diz polícia de PE


Grupo "Cartel" pregraria purificação e diminuição populacional.
De acordo com os depoimentos, a meta seria matar três mulheres por ano.





A Polícia Civil informou que o homem e as duas mulheres, que prestaram depoimento na Delegacia de Garanhuns na quinta-feira (16), suspeitos de matar, esquartejar e enterrar duas mulheres, fariam parte de uma seita, que pregava a purificação do mundo e a diminuição populacional. A meta seria matar três mulheres por ano. Os suspeitos ainda teriam comido a carne das vítimas para "purificar a alma". A informação está em um relato, escrito pelo homem, com os detalhes do crime.
A polícia informou também que uma das suspeitas assumiu que usava o nome de uma mulher assassinada pelo próprio grupo em 2008, em Olinda. Essa vítima seria a mãe da criança de cinco anos que morava com os três.
“Segundo os envolvidos, eles participam de uma seita chamada Cartel. E que teria uma seita contrária que seria chamada de “M” [das "mulheres impuras"]. Toda a culpa de eles estarem presos seria porque “M” interferiu nos planos deles”, revelou o delegado Wesley Fernandes, responsável pelo caso. Ele também explicou como o grupo escolhia as vítimas. “Segundo eles, ao passar pelas pessoas, uma entidade alertava que eram pessoas más”, disse.
As vítimas seriam atraídas até a casa dos suspeitos através de uma falsa promessa de emprego de babá. A mãe de uma das mulheres encontradas em Garanhuns contou como a filha encontrou o trio. “Ela fez plano, ficou alegre e disse: ‘mainha, com o primeiro salário que eu receber vou fazer logo meu barraquinho. Compro os tijolos e depois eu vou juntando a mão de obra’. Mas a gente estranhou porque um salário e meio, aqui, ninguém paga”, falou Selma Maria Leandro da Silva, mãe de Alexandra da Silva Falcão, desaparecida desde 15 de março. Exames ainda vão confirmar a identidade dos corpos encontrados.

A menina teria presenciado os assassinatos e revelado detalhes para a polícia. “Essa criança está no Conselho Tutelar, sob cuidados e vigilância do Juizado da Infância, que está tratando de todos os trâmites legais no sentido de conseguir um novo lar", informou o delegado.
O delegado Wesley Fernandes informou que o trio já teria planos de assassinar outra mulher, moradora do município de Lagoa do Ouro, que fica próximo a Garanhuns. A polícia também achou a certidão de nascimento da criança de 5 anos que vivia com os suspeitos. Ela seria fiha de uma mulher assassinada em Olinda.
Na manhã da quinta, a população de Garanhuns incendiou a casa dos suspeitos. Segundo a polícia, isso pode atrapalhar as investigações. “A população, com revolta e querendo se vingar, tocou fogo na casa achando que estava ajudando. Mas pelo contrário. Ontem mesmo, depois do depoimento que a gente colheu dos três autores, a gente descobriu que há possibilidade de ter provas de outros crimes lá”, falou o comissário Cristiano Holanda.
Publicação
O homem suspeito de comandar o trio nos assassinatos fez um livro, ilustrado e registrado em cartório, onde conta detalhes dos crimes e da vida dele. Nas páginas, há informações de que ele era formado em Educação Física e era faixa preta em caratê. A publicação também informa atos de canibalismo. Os três comeriam a carne das vítimas para "purificar a alma".
Entenda o caso
Um dos dois corpos seria de uma mulher desaparecida desde fevereiro; o outro, de uma mulher de 20 anos, que sumiu no dia 15 de março. Depois de as famílias das vítimas prestarem queixa na delegacia, a polícia chegou até os suspeitos quando uma fatura de cartão crédito chegou à casa de uma das mulheres. Imagens das câmeras de segurança de lojas onde as compras foram efetivadas mostravam os suspeitos.

As vítimas também teriam sido vistas perto da casa dos suspeitos antes de desaparecerem. A polícia conseguiu mandados de prisão e de busca e apreensão e, ao ser abordada, uma das suspeitas teria assumido os crimes e revelado o local onde as vítimas foram enterradas.